31 janeiro, 2007

A SGAL E O CARÁCTER

Para surpresa de muitos, e confirmação das expectativas de alguns, a SGAL, detentora de 58 a 60% do capital do empreendimento, não compareceu ontem à primeira Assembleia Geral plenamente participada dos Jardins de S. Bartolomeu, inviabilizando qualquer deliberação sobre qualquer dos assuntos previstos na ordem de trabalhos.

Ficaram assim os condóminos privados de saber quem irá administrar o condomínio, quanto pagarão pela limpeza, que medidas serão aplicadas para maximizar a segurança bem como outras de que carecem para organizar o seu quotidiano e que, por ausência da SGAL, tiveram de adiar para nova data (15 de Fevereiro, 20.30h).

Mas, mais importante, ficaram os condóminos esclarecidos sobre uma questão que os vem atormentando desde o primeiro dia em que franquearam as portas do stand da promotora: a SGAL tem carácter?

Ter carácter, é ter um cunho especial que distingue, é ter uma marca, uma impressão, é ter resolução, firmeza, propriedade, é possuir uma natureza, sentimentos.

Ter carácter é abraçar uma filosofia de relacionamento com os outros, ser-lhe fiel e ter orgulho nisso, é, mais do que uma personalidade jurídica, ter uma qualidade moral, humana.

Confúcio sabia o que é, o Sr. Ho também e, acredito, muitos dos colaboradores da SGAL igualmente. Mas a SGAL está perdida, desnorteada - ora quer, ora protesta, tanto assume, como renega. Falta-lhe carácter.

Quando ontem, perante os condóminos, que responderam à convocatória em massa, alguns pela primeira vez na sua vida, a representante da empresa Toteser formulou o primeiro ‘pois…’, esta questão deixou de oferecer dúvidas.

E agora os condóminos vêem-se num dilema: como me relaciono com uma empresa assim?
Que vou eu fazer das minhas dúvidas e expectativas? Quem me acode?
Pensava que tinha um pedacinho de um projecto de vida mas se calhar só tenho 4 paredes, e 1 é de vidro.

É um bico aceso, a chaleira ao lume e a contagem decrescente.

Era bom que a SGAL o percebesse, depressa. Que começasse desde já a procurar o carácter lá onde o deixou, quem sabe junto aos projectos térmicos das fracções, e assumisse o lugar que é seu por direito mas também sua obrigação ocupar, antes que a pressão se solte e fiquemos todos queimados.

Dia 15 de Fevereiro, 20.30h. Vá lá.

30 janeiro, 2007

ASSUNTOS DE INTERESSE GERAL

Faltam apenas algumas horas para a Assembleia do Condomínio e este deverá ser o último Post antes da reunião.

Gostaria de ter visto algum debate sobre as questões que foram abordadas nos posts anteriores. Seria para mim um sinal de vontade de participar e de conseguir o melhor resultado para o Condomínio.

Mas afinal não aconteceu nada, ou quase nada.
Quem sabe, pode ter a ver com a qualidade dos posts (ou melhor, com a falta dela).
Oxalá que sim.

Relembro os posts já realizados:

Entretanto, falta abordar os assuntos que poderão surgir no último ponto da ordem de trabalhos: Assuntos de Interesse Geral.

Para uma mais fácil identificação, começamos desde já pela sua enumeração:

  1. Ar Condicionado
  2. Elevadores
  3. Alteração de Fachadas
  4. Lancís de Acesso às Garagens
  5. Códigos das Portas
  6. Vigilância Vídeo
  7. Sinalética

AR CONDICIONADO

Independentemente das opiniões que se tenha sobre a colocação de ar condicionado e independentemente das medidas que se venha a tomar no âmbito da defesa do controlo térmico das fracções, o que é um facto é que esta é a única solução de combate eficaz às elevadas temperaturas da fachada sul que tem o aval da SGAL.

Esta possibilidade está prevista no Manual de Condomínio, mais concretamente no CAPÍTULO II, Artigo 6º, ponto 3:


A colocação de aparelhos de ar condicionado apenas será permitida no caso de ser
autorizada por deliberação da assembleia dos condóminos, devendo a instalação
dos referidos aparelhos cumprir rigorosamente, no que respeita ao local, configuração, e respectivo processo de instalação, de acordo com cada género e tipologia de fracção, o previsto no Anexo I ao presente regulamento, que deste constitui parte integrante.

No entanto, como decorre do parágrafo transcrito, a autorização de colocação dos aparelhos carece de deliberação expressa da Assembleia nesse sentido, o que aparentemente terá acontecido na primeira Assembleia, na qual esteve presente apenas a SGAL. Aparentemente porque a cópia da Acta incluída na documentação que nos foi entregue não está completa – falta, nomeadamente, o ponto 8, ‘Instalação de aparelhos de ar condicionado’.

Assim sendo, será recomendável esclarecer esta questão com a actual Administração para que os condóminos possam, dentro da legalidade, recorrer a esta solução.


ELEVADORES

Vários condóminos, de diferentes blocos, têm referido que apenas 1 dos elevadores do seu bloco se encontra em operação.

Esta situação, cuja justificação se desconhece mas que se presume ser a de poupar no consumo de electricidade e de evitar o desgaste do equipamento, está no entanto a afectar o acesso dos condóminos de alguns blocos em que a ocupação já é mais significativa.

Por outro lado, uma vez que 2007 é o ano do arranque da manutenção dos sistemas e tendo igualmente em conta que a dotação para electricidade vai disparar, seria oportuno rever a situação e colocar em funcionamento os 2 elevadores pelo menos nos blocos em que a taxa de ocupação seja igual ou superior a 40%.


ALTERAÇÃO DE FACHADAS

A alteração de fachadas é uma modalidade particular da alteração de partes comuns, situação que está devidamente prevista no Regulamento do Condomínio, muito concretamente no CAPÍTULO I – Artigo 4º (partes comuns a todos os condóminos), no CAPÍTULO II – Artigo 7º (obras nas fracções autónomas) e em todo o CAPÍTULO III (das partes comuns).

Recentemente, e na sequência da abertura do seu espaço comercial, o condómino (ou inquilino) que ocupa a Loja da frutaria, na Rua Tito de Morais, decidiu fixar um reclamo luminoso na fachada do bloco.

Como decorre do Regulamento do Condomínio, trata-se de uma situação de incumprimento.

Para que seja reposta a legalidade, o condómino (ou inquilino) deverá retirar o reclamo e, paralelamente, submeter à Assembleia a aprovação da sua colocação.
Caso não o faça, a Administração deverá notificar o condómino (ou inquilino) do incumprimento e das consequências da manutenção do mesmo sem a devida autorização, referindo nomeadamente a possibilidade de recurso para tribunal para fazer cumprir as disposições regulamentares.

Convirá chamar a atenção da Administração para a necessidade de actuar nesta situação.


LANCÍS DE ACESSO ÀS GARAGENS

Quem já acedeu à garagem, apercebeu-se concerteza que os lancis de acesso a partir da rua são demasiado altos e inclinados, o que tem impacto sobre as rodas, jantes e amortecedores das viaturas.

Seria desejável apurar a entidade a quem cabe resolver esta situação e promover uma intervenção com o objectivo de suavizar o acesso e assim poupar as viaturas aos maus tratos que advêm do desnível actualmente existente.


CÓDIGOS DAS PORTAS

Como é sabido, as portas dos blocos podem ser abertas pela digitação de um código. Acontece que a gestão deste sistema tem sido inexistente até ao momento.

Há muitos condóminos que desconhecem o código do seu bloco/portas.
Há blocos com códigos iguais.
Não parece existir um procedimento de alteração regular dos códigos nem da sua comunicação aos condóminos, algo que seria desejável já que o sistema de código é muito mais permeável à utilização por estranhos do que a chave.

Assim sendo, seria interessante que condóminos e Administração definissem o modelo a adoptar e que, doravante o mesmo fosse cumprido para benefício e segurança de todos.


VIGILÂNCIA VÍDEO

Têm surgido nos fóruns dedicados ao empreendimento diversos posts sobre a segurança e sobre os instrumentos para a sua implementação no Condomínio.

Um instrumento que tem merecido a atenção de alguns condóminos é a colocação de câmaras de vigilância, distribuídas pelas áreas comuns e acessos aos blocos.

Embora não perfilhe esta ideia, seria benéfica a discussão deste e de outros instrumentos, não só no sentido de contribuir para uma maior elucidação dos condóminos quanto aos resultados que se poderia obter mas também quanto aos custos envolvidos na instalação e operação.


SINALÉTICA

Depois da definição dos números de polícia para o empreendimento, e com a mais que provável atribuição de códigos postais individuais pelos CTT, será natural que cada vez mais entidades comecem a endereçar a sua correspondência utilizando uma morada diferente da actual.

Em particular, começará a ser cada vez mais frequente recorrer ao nº de porta do que ao nº do bloco.

Neste sentido, convém alertar a Administração para a necessidade de conceber um plano de substituição da sinalética dos blocos e definir prazos para a sua implementação.


E pronto, aí estão inventariadas algumas questões.
Boa reunião.

ORÇAMENTO 2007 (II)

Continuamos a análise das questões que deverão merecer a atenção dos condóminos na Assembleia Geral de 30/01.

Temas já abordados:

ORÇAMENTO 2007

Na figura abaixo apresenta-se uma comparação entre os valores orçamentados e lançados em 2006 para 4 meses (Setembro a Dezembro), uma projecção para 12 meses, caso se mantivesse a relação custo/mês dos rimeiros 4 meses, e os valores orçamentados pela Toteser para 2007.




LIMPEZA

Dos documentos entregues na escritura consta um da Toteser que contém, para além dos contactos da empresa, uma lista dos serviços contratados para o Condomínio e respectiva descrição.

O item ‘Limpeza’ tem o seguinte conteúdo:


Active Cleaning – Prestação de Serviços de Limpeza, Lda
(...)
Quatro funcionárias de limpeza das 09.00 horas às 18.00 horas
Diariamente: Entradas, Elevadores, casas do lixo (lavagem);
2 Vezes por semana: Patamares;
3 em 3 meses: Lavagem da garagem com máquina de lavar e aspirar;
Limpeza de sala de condomínio: Sempre que fôr necessário ou após reuniões.


Para começar, seria útil esclarecer as seguintes questões:

  • As 4 funcionárias estarão em permanência no empreendimento?
  • O que se entende por diariamente? Inclui fim-de-semana?
Arbitrando que as funcionárias estão em permanência e que o serviço abrange apenas os dias úteis, e considerando ainda que das 9 horas diárias uma é ocupada com o almoço, teremos que numa semana as 4 funcionárias dispõem de 160 horas úteis de trabalho, ou seja 10 horas / semana / bloco, 2 horas / dia / bloco.

Acontece, porém, que este valor só seria fiável se:

  • As funcionárias trabalhassem independentemente umas das outras;
  • As funcionárias trabalhassem ininterruptamente;
  • Não houvesse perdas de tempo com a componente logística associada à manipulação dos materiais ou com deslocações entre blocos;
  • O planeamento garantisse uma distribuição tão eficiente que previsse a partilha de blocos entre funcionárias.
Isto quer dizer que, na prática, as 2 horas / dia / bloco são algo utópicas. Um valor mais razoável estaria entre 1 e 1,5 horas / dia / bloco, entre 5 e 7,5 horas /semana / bloco.

Vejamos agora a componente custo.

Se, por hipótese, cada bloco decidisse contratar uma pessoa 6 horas / semana para efectuar todos os serviços descritos excepto a lavagem das garagens, seria provável que essa pessoa pedisse um valor entre 6 e 8 euros / hora. Feitas as contas ao ano, teríamos um custo entre 1.728€ e 2.304€. Para 15 blocos, teríamos um custo entre 25.920€ e 34.560€.

Para igualar o orçamento de 48.399,96€, projectado para 12 meses com base nos custos indicados pela Toteser para os últimos 4 meses de 2006, seria necessário que as 3 limpezas das garagens tivessem um custo igual ou superior a 13.839,96€ (4.613,32€ cada).

Será um valor razoável para o serviço em causa?

E o que dizer da diferença, se se considerar o valor orçamentado pela Toteser para a Limpeza no ano de 2007?
Neste caso, seria necessário igualar o valor de 60.475,80€, pelo que as 3 limpezas teriam de custar pelo menos 25.915,80€ (8.638,60€ cada).
Trata-se de valores bastante expressivos, cuja justificação será interessante apurar.

Por outro lado, fará sentido questionar a Toteser sobre as razões que a levam a estimar um custo de 60.475,80€ para 2007.

Que alterações ocorreram que justifiquem uma diferença de 12.000€ face a 2006?
Vamos aumentar o número de intervenções?
Vamos ter mais pessoas na limpeza?

Logo se verá.


MANUTENÇÃO DE SISTEMAS

No mesmo documento a que se aludiu acima, a Toteser afirma que a Manutenção de Sistemas se inicia apenas em 2007, uma vez que até ao fim 2006 todo o equipamento se encontra em prazo de garantia.

Ainda bem. Mas já agora, gostaríamos de saber de que equipamentos se trata, a quem se vai entregar a sua manutenção e porquê.

Trata-se de 22.626,98€, que representam 9% do orçamento global para 2007.


SEGURANÇA

A segurança é a rúbrica de maior impacto no orçamento (32%).
Resta saber para quê.

Segundo a Toteser, o serviço de segurança prevê:


Portaria / Vigilância
Prosegur – Serviço de vigilância das 09.00 horas às 18.00 horas em dias úteis e um vigilante rondista que efectuará 4 rondas
aleatórias todos os dias do ano com o máximo de 35 minutos cada.

Serei só eu ou este serviço é mesmo um pouco limitado para o que custa?
Já agora, em que consiste o ‘Serviço de vigilância’? Rondas não é concerteza, que essas estão individualizadas.
E porquê das 09.00 às 18.00? É o horário de trabalho dos meliantes? (onde é que eu já li isto).
E esta dos dias úteis vai pelo mesmo caminho!

32% de agravamento das nossas quotas de condomínio para funcionalismo público de duvidosa eficácia, parece-me estapafúrdio.

Mas já agora, também gostaria de saber as razões que levam a Toteser a estimar um custo de 82.546,20€ para Segurança em 2007.

Que alterações ocorreram que justifiquem uma diferença de 59.459,40€ face a 2006?


FUNDO DE RESERVA

Resta falar desta pequena contribuição que nos é exigida para a quota mensal.
Trata-se de uma disposição prevista na lei.
Segundo aquela, os condomínios deverão destinar uma verba para grandes obras de manutenção ou beneficiação com o objectivo de minorar o impacto de situações imprevistas.
Esta dotação deverá ser de valor não inferior a 10% da quota base do condomínio.
Nem mais nem menos do que a Toteser orçamentou.
Eis um ponto que não deverá levantar questões.

(próximo post – Assuntos de Interesse)

29 janeiro, 2007

ORÇAMENTO 2007 (I)

Continuamos a análise das questões que deverão merecer a atenção dos condóminos na Assembleia Geral de 30/01.

Temas já abordados:
ORÇAMENTO 2007

Na figura abaixo apresenta-se uma comparação entre os valores orçamentados e lançados em 2006 para 4 meses (Setembro a Dezembro), uma projecção para 12 meses, caso se mantivesse a relação custo/mês dos primeiros 4 meses, e os valores orçamentados pela Toteser para 2007.



ADMINISTRAÇÃO

Este tema já foi abordado no post anterior pelo que não será objecto de mais desenvolvimento. Verifica-se, no entanto, que há uma proporcionalidade entre o valor praticado para os 4 meses de 2006 e o orçamentado para 2007, o que revela uma constância de valores que é de salientar.

ÁGUA, DIVERSOS E ELECTRICIDADE

Trata-se de valores para consumíveis. Assim sendo, é aceitável considerar que à medida que o empreendimento se vai tornando habitado, os consumos destes itens aumentem.

Qual a taxa de crescimento? É-nos difícil estimar.
No entanto, se pensarmos que o empreendimento atingiu uma ocupação de 1/3 até ao final de 2006 (o que está acima da realidade) e que essa ocupação pode crescer até aos 2/3 em 2007, é possível avançar alguns valores:
  • Água 2007 – 1.094,13€
  • Diversos 2007 – 811,80€
  • Electricidade - 33.699,69 €
Com este exercício, algo simplista, obtêm-se valores bastante próximos dos orçamentados pela Toteser para a Água e Electricidade em 2007. O único valor que destoa é o dos Diversos, mas temos que admitir que pode haver variáveis que desconsiderámos e que venham justificar plenamente a diferença.

Por outro lado, já se tornou evidente que, com algumas excepções, como é o caso dos custos com a Administração, o orçamento não tem necessariamente de ser cumprido. Isto é, os gastos podem ficar aquém do orçamentado, situação que terá um reflexo positivo sobre o saldo final. No entanto, uma vez que as quotas do condomínio são estimadas com base nas despesas esperadas, é conveniente que haja tanto rigor quanto possível na fase de orçamentação, sob pena dos condóminos estarem a contribuir acima daquilo que é objectivamente necessário.

ELEVADORES e TELEFONES ELEVADORES

Esta rúbrica deverá referir-se às despesas relacionadas com a manutenção dos elevadores. Por imposição legal (DL Nº.320/2002), os condomínios são obrigados a contratar com uma empresa a realização de manutenção, para identificação de eventuais problemas e substituição de determinadas peças de desgaste natural.

Por se tratar de uma dotação muito específica, estes valores são usualmente separados dos valores da manutenção de outros sistemas.

Se se considerar que existem 15 blocos e que há 2 elevadores em cada um deles, podemos facilmente chegar a um valor 771,05€ de manutenção / elevador, ou, mensualizando, de 64,25€, o que nos parece estar dentro dos valores de mercado.

Mas esta não é a única despesa relacionada com elevadores, uma vez que podemos encontrar uma rúbrica com o título “Telefones Elevadores”.

Trata-se de um serviço igualmente tornado obrigatório por Lei (DL Nº. 295/98) para todos os elevadores instalados após 1998, e que é constituído por uma linha telefónica dedicada e permanente que permite a comunicação bidireccional com um serviço de intervenção rápida.

Como serviço autónomo da manutenção, é cobrado à parte.

Quanto a valores, considerando os mesmos 15 blocos, teremos cerca de 23€ / bloco / mês, o que nos parece estar, igualmente, ao nível do que é praticado no mercado.

Assim, de uma forma geral, as rúbricas de elevadores não apresentam muitas razões para dúvidas ou contestação, sendo os custos inventariados um “mal” necessário.

Já a limpeza, manutenção de sistemas e segurança, têm muito mais que se lhe diga.

(próximo post – Orçamento 2007 (II))

28 janeiro, 2007

ADMINISTRAÇÃO 2007

No próximo dia 30, vai-se realizar a Assembleia Geral do condomínio ‘Jardins de S. Bartolomeu’. Trata-se da primeira reunião em que todos os condóminos, e não apenas a SGAL, podem participar.

É, assim, a primeira real oportunidade para discutir e decidir sobre um conjunto de questões que a todos interessa e que vem desde há algum tempo a preencher os fóruns dedicados ao nosso empreendimento.

Pretende-se aqui enumerar algumas dessas questões, com o objectivo de antecipar algum debate e assim contribuir para que a Assembleia decorra de forma mais esclarecida e serena, ainda que tal seja difícil, tal é a quantidade de sensibilidades e assuntos em ‘morna ebulição’.

Um ponto prévio: as questões inventariadas são relativas ao empreendimento como um todo e não apenas a um bloco ou fracção. Não está em causa a legitimidade das restantes questões mas a opção foi privilegiar os assuntos que nos são comuns.

Para manter os comentários dentro dos limites da questão em análise, os assuntos serão colocados em posts diferentes.

CONTEXTO DA ASSEMBLEIA

A primeira assembleia vai decorrer num contexto muito específico. Para quem se tenha dado ao trabalho de ler a documentação enviada pela Toteser e de fazer umas contas de cabeça, estes números não são novidade: a SGAL detém a maioria do capital do empreendimento, 70% para ser mais concreto. Esta situação resulta do facto de estarem por escriturar cerca de 260 fracções das 386 que compõem os Jardins. Nestas condições, será impossível fazer passar qualquer resolução que seja contrária aos interesses da SGAL, algo que se aplica, desde logo, ao segundo ponto da Ordem de Trabalhos.

ELEIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO 2007

Seja por convicção, seja por experiência, seja porque razão fôr, nem todos estamos convencidos de que manter uma empresa a administrar o condomínio seja a melhor opção. Para começar porque esse serviço é pago. Em segundo porque se trata do nosso dinheiro. E em terceiro lugar porque, por vezes, acontece que o que se paga não tem retorno equivalente em qualidade de serviço.

Mas, por outro lado, estamos a falar de 15 blocos de apartamentos com 9 andares cada, mais 3 pisos subterrâneos e muitas dores de cabeça. Convém ser flexível.
E, afinal, quanto do nosso dinheiro é para pagar à Toteser pelo seu trabalho de administração em 2007? No total, 20.000€, ou seja:
  • 2€ por mês para o T1 de menor permilagem
  • 10€ por mês para o T5 de maior permilagem
É dinheiro mas, convenhamos, se calhar compensa. E se correr mal?
Bom, há sempre 2 coisas que se pode fazer:
  • Garantir um acompanhamento das acções da Administração, comunicando necessidades e denunciando incumprimentos, pela criação de comissões de acompanhamento por Bloco. Estas já existem noutros empreendimentos com resultados satisfatórios;
  • Convocar uma Assembleia Extraordinária e demitir a empresa em caso de incumprimento grave.
No entanto, nada de entusiasmos, quanto a esta hipótese ou qualquer outra. È que, para já, é a SGAL que decide, lembram-se.

(Próximo post – Orçamento 2007).

23 janeiro, 2007

ASSEMBLEIA DO CONDOMÍNIO

E eis que na terceira semana do tempo comum, a digníssima Administração de Condomínio vem convocar os condóminos para a 2ª Assembleia Geral Ordinária do Condomínio Jardins de S. Bartolomeu.

Esta ocorrerá no dia 30 de Janeiro, pelas 20:30 horas, na sala de condomínio do empreendimento e terá a seguinte ordem de trabalhos:


1. Discussão e aprovação das contas de 28 de Agosto a 31 de Dezembro de 2006;

2. Eleição da administração para o ano de 2007;

3. Discussão e aprovação do orçamento para o ano de 2007;

4. Outros assunto de interesse geral.

A convocatória é acompanhada do Resumo das Contas, Valores em Débito e Orçamento para 2007, documento particularmente interessante dado que os condóminos ficam finalmente a saber quanto vão pagar, depois do período gracioso de arranque do empreendimento.

E os valores são:

Administração: € 20.010,84
Água: € 1.000,02
Diversos: € 11.000,02
Electricidade: € 36.000,01
Elevadores: € 23.131,46
Limpeza: € 60.475,80
Manutenção de Sistemas: € 22.626,98
Segurança: € 82.546,20
Telefones Elevadores: € 4.135,49

TOTAL: €260.926,82

Saltam desde logo à vista os valores para a Limpeza e Segurança, que representam 54% do orçamento - uma fatia considerável, que deverá merecer alguma atenção da assembleia, quanto mais não seja com o objectivo de perceber em que consistem as rúbricas que lhe dão origem.

Como primeira assembleia plenamente participada, haverá outras pequenas grandes questões que os condóminos deverão querer ver esclarecidas, razão pela qual, num post a publicar brevemente, se vai apelar à colaboração de todos na inventariação dos temas a tratar na rúbrica 'Outros assuntos de interesse geral'.

Não obstante, fica desde já feito o convite aos comentários.

METRO AO FUNDO DO TÚNEL II

Chegou-nos, pela mão do vizinho Henrique Relógio, um artigo publicado no Diário Económico de 15 de Janeiro de 2007, que complementa a informação do artigo do Expresso sobre o Metro de Lisboa.

Ficamos agora a saber que a dúvida sobre o traçado a estabelecer entre o Aeroporto e o Colégio Militar pode ser o menor dos problemas.

É que devido a um imbróglio no concurso para a adjudicação da obra, o estado arrisca-se a perder a comparticipação da União Europeia para a concretização da ligação do Oriente ao Aeroporto (85%), no valor de 165 milhoes de euros. A acontecer, o que vai sendo cada vez mais provável dado que os prazos se estão a esgotar (7 de Fevereiro), esta situação significaria que a verba teria que ser assegurada na totalidade pelo estado, ou seja, pelos contribuintes.

Uma vergonha e uma séria ameaça à concretização do plano de expansão do Metro e, por conseguinte, às aspirações da Alta de Lisboa.

Ver artigo aqui.

04 janeiro, 2007

METRO AO FUNDO DO TÚNEL

Segundo adianta o Semanário Expresso, na edição nº.1782 de 23 de Dezembro de 2006, a expansão da rede do Metro tal como estaria prevista até à data, encontra-se num processo de reavaliação que poderá ditar alterações significativas, algumas das quais com impacto directo sobre o traçado pelo qual a SGAL aspira desde sempre e que funcionaria como argumento de venda de relevância.


Trata-se da ligação entre o Aeroporto e o Colégio Militar-Luz (a designada Grande Circular) que, de acordo com os planos previamente existentes, intersectaria a linha Amarela no Lumiar, criando condições bastante favoráveis à abertura de uma estação algures junto à rotunda sul/Eixo Central (ver imagem).


Acontece que a secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, informou que "acabaram os planos efectuados com base em meros riscos no mapa. Agora será preciso justificar, com estudos rigorosos, a viabilidade de cada euro que se gasta".

Como resultado desta nova(?) orientação, que se saúda mas que desacredita o trabalho que vem sendo realizado pelo Metro, o governo pretende apurar a viabilidade de 2 traçados alternativos: via Campo Grande e via Ameixoeira.

A opção Campo Grande poderá ter pelo seu lado um argumento de peso - a possibilidade de ser criada uma grande estação multimodal já que confluiriam neste ponto 3 linhas de metro: Amarela, Verde e Vermelha. Seria, no entanto, a pior das opções para a Alta de Lisboa uma vez que poria praticamente de parte a criação de uma estação na zona de intervenção (ver imagem). Um panorama pouco animador se se considerar que todas as estações do metro que 'servem' a Alta de Lisboa se encontram na periferia da zona de intervenção.

Pelo contrário, a ligação à Ameixoeira poderia significar o incremento do número de estações na Alta de Lisboa já que o traçado seria mais extenso. Seria igualmente a solução que mais beneficiaria a zona norte e, por inerência, os moradores dos Jardins de S. Bartolomeu, dado que as potenciais estações ficariam necessariamente mais perto desta zona (ver imagem).



Independentemente da decisão, as obras relativas a estas extensões só se deverão iniciar depois de 2012 por não serem consideradas vitais para a rede actual.

Não obstante, estão lançados os dados para uma jogada que poderá ser decisiva para o crescimento e consolidação da Alta de Lisboa, pelo que seria interessante e oportuno iniciar tão cedo quanto possível, junto das instâncias que podem influenciar a decisão, um trabalho de defesa dos interesses dos residentes e de sensibilização para as mais valias que poderiam resultar da opção de uma das 2 soluções que serve a zona de intervenção.

Tanto mais que esta zona passou a contar com um órgão, ARAL, que tem condições para nos representar a todos e que poderá ter um papel determinante neste processo, assim o queiram os residentes da Alta de Lisboa.

Fica o desafio.

As informações aqui colocadas foram extraídas e adaptadas de um artigo do semanário Expresso, edição nº.1782, de 23 de Dezembro de 2006, Caderno de Economia, da responsabilidade de JF Palma-Ferreira. O artigo possui outras informações sobre a expansão da rede do Metro bem como uma infografia da autoria de Jaime Figueiredo e pode ser visualizado pelos utilizadores registados no site.

Semanário Expresso

Metro de Lisboa - Expansão da Rede

02 janeiro, 2007

EM JEITO DE BALANÇO II

Todos temos consciência que o eixo Norte-Sul, como solução, quanto ao traçado, quanto aos interesses que o influenciaram e quanto aos prazos de construção, representa muito do que se gostaria de ver pelas costas em matéria de construção civil e obras públicas.

Não há adjectivos que qualifiquem cabalmente o laxismo dos governos, responsável pelos sucessivos atrasos, o oportunismo dos construtores civis para com uma zona há muito marcada pelo traçado desta via e a omissão, quando não a conivência, das autarquias no âmbito de todo este processo.

Como resultado destes 'poderes', muitas pessoas terão um quotidiano de ruído constante, de poluição e de sobressalto, paredes-meias com a casa onde vivem, pela qual terão pago um preço que dificilmente recuperarão e que dificilmente verão amortizado face à alteração que se avizinha.

Mas o eixo Norte-Sul está aí. Talvez haja hipótese de minorar o seu impacto mas seguramente não haverá forma de o travar. E para a Alta de Lisboa, e para os habitantes das malhas a norte em particular, significa a quebra de uma barreira que, com o aumento do tráfego na zona de intervenção, vem asfixiando o crescimento desta nova zona da cidade. Significa também uma conquista do urbanismo, ou pelo menos, de um certo urbanismo, afinal um dos argumentos que vem convencendo alguns de nós (gostaria de acreditar que a maioria) a investir na Alta de Lisboa.

É apenas irónico que este urbanismo seja conseguido à custa da falta dele.

(algumas fotos da evolução)







EM JEITO DE BALANÇO I

Ano novo, desejos antigos.

Agora que as festas já lá vão, ou quase, e que voltamos a reservar algum estômago para os desafios do quotidiano, vale a pena atentar em alguns pontos relacionados com a alta.

Como por exemplo o esforço da SGAL em mostrar que não andou a dormir durante 2006. Aproveitando o fim do ano, a promotora brinda-nos com 2 notícias, em jeito de balanço.

Na primeira, dedicada à evolução dos equipamentos, começa por ser preocupante perceber que as turras com a CML continuam, pois só assim se compreende o parágrafo de arranque: "Apesar das dificuldades resultantes dos atrasos no cumprimento dos prazos contratuais por parte da CML, muitos projectos de relevo continuam a ser concretizados pela SGAL(...)". Nós agradecemos mas fica a dúvida se a menção "elogiosa" se deve apenas a um arrufo de namorados que transita para 2007 ou se vamos assistir na primeira fila a um divórcio de consequências incertas.

Extensão do Centro de Saúde da Alta de Lisboa, Centro de Apoio aos Refugiados, Centro de Dia, Esquadra da PSP, Pista de Atletismo, estão concluídos ou a ser construídos a bom ritmo. Ainda bem. Pena é que não sejam avançadas datas para o início de funcionamento. Mas também se percebe - depois dos desacertos passados, mais vale prevenir. Por outro lado, alguns destes projectos, senão todos, dependem da CML, pelo que o tópico datas poderia conduzir a novas referências à eficácia da câmara, o que já soaria a crónica de maldizer. Elogia-se a contenção.

Quanto a projectos, está aprovado o ATL e Jardim-de-infância do Centro Social da Musgueira e foi efectuado um pedido de informação relativo ao Centro Cultural da Alta, desconhecendo-se datas para o início da construção do primeiro e as próximas etapas do segundo.

Na segunda notícia, dedicada à requalificação do espaço público, podemos conhecer algumas das obras efectuadas. Entre estas, conta-se a "plantação de árvores e o tratamento de arranjos na Av. Eng. Krus Abecassis e na Praça Central dos Jardins de S. Bartolomeu", que se presume ser a Praça Norte já que a Sul é da competência da CML e... bem, já todos sabemos o que isso quer dizer.

Também a zona envolvente das recentemente construídas moradias destinadas aos residentes no actual Bairro de Calvanas, está a ser objecto de arranjos. Com boa vontade e uma pontinha de sorte, os futuros moradores já poderão desfrutar de boa sombra quando finalmente puderem entrar no seu novo bairro, lá para 200?.

Quase no fim, ficamos a saber que "a rotunda junto à Carris está a sofrer melhorias tendo em vista a preparação dos trabalhos do Eixo Central". Fica apenas a dúvida sobre que melhorias, para que preparação e o que se entende por trabalhos. Prazos também não há.

Menos mal, a notícia acaba com uma nota positiva, "foi finalmente autorizada pela CML a abertura da Rua H-1, que confronta a Quinta das Conchas e se estende ao longo de toda a Quinta, criando condições para que mais uma zona urbana requalificada na Alta de Lisboa possa ser usufruída."

Talvez seja mesmo um arrufo...