15 fevereiro, 2007

É HOJE (I)

Hoje, 15/02, voltamos a ter Assembleia Geral no condomínio.

Vale por isso a pena revisitar alguns dos assuntos tratados em posts anteriores, desta feita à luz do novo orçamento proposto pela Toteser, bem como referir alguns novos pontos que entretanto têm surgido nas conversas entre os condóminos.


CONTAS 2006

As contas foram divulgadas com a primeira convocatória. Seja devido à falta de quórum na primeira Assembleia, seja porque há outras questões a preencher a agenda da maioria dos condóminos, ninguém se pronunciou sobre esta questão. Mas há quem esteja interessado em verificar os valores da Toteser.


ADMINISTRAÇÃO 2007

Há quem não tenha opinião. Há quem considere que a Toteser esteve mal e vai propor alternativas. Há quem considere que a melhor solução passa por uma administração feita por condóminos.
Nos fóruns e nos blogues do empreendimento é possível ler os argumentos de uns e de outros, e às vezes até algo para além disso – sempre estão em causa uns milhares de euros.

Tudo indica, portanto, que esta questão venha a ser objecto de um amplo debate. Espero pessoalmente que não se perca muito tempo a discutir o acessório. É que este é somente o 2º ponto da ordem de trabalhos e os que se lhe seguem não são menos importantes.
Propunha, com este objectivo, a criação de um ponto prévio à eleição da Administração para 2007. As propostas concorrentes, incluindo a da Toteser, seriam entregues à mesa da assembleia em papel, após o que cada proponente teria 15 minutos para apresentar a sua proposta e esclarecer os principais pontos. Finda a apresentação de todas as propostas, os condóminos votariam, vencendo a proposta mais votada.

Não sei se a proposta da Toteser não partirá com certa desvantagem dado que é a única que é do conhecimento geral mas, enfim, também jogam em casa.


ORÇAMENTO 2007
Como já tive oportunidade de ler num post, Administração e Orçamento são coisas distintas, mas também é um facto que, estando a gestão do condomínio entregue a uma determinada empresa, esta tenderá, naturalmente, a seleccionar propostas de serviços segundo os critérios que lhe parecem adequados e a dar preferência a empresas da sua confiança.
Ao falar deste orçamento, estamos inevitavelmente a falar num contexto deste tipo.

No entanto, poderia efectivamente ser interessante que os próprios condóminos definissem previamente, com rigor, as necessidades do condomínio nas diversas vertentes e, só em sequência, analisassem as propostas das empresas que se perfilam para as satisfazer, como proposto no mesmo post.

Dando o exemplo concreto da segurança: primeiro teria de se decidir se o que se pretende é uma segurança 24h ou 12h; se teremos 1, 2 ou 3 efectivos; se haverá vigilância vídeo; se haverá rondas e com que frequência.
Só depois de termos definido o modelo, sem dúvida que à custa de uma amena discussão, seriam solicitados orçamentos e seleccionada uma empresa.

Resta saber se os condóminos estão interessados em assumir este papel mais interventivo na gestão do condomínio ou se, pelo contrário, preferem delegar estas decisões na Administração que elegerem. Não há dúvida que a primeira opção é mais trabalhosa, pois requer um maior envolvimento de todos, mas também garante que ninguém acorda um dia a perguntar-se porque está a pagar 114.000 € para a segurança. Se os está a pagar é porque a maioria, plenamente esclarecida, o quis.

Sem mais delongas, e porque o único orçamento em cima da mesa, por enquanto, é o da Toteser, passemos à parte prática.
Nesta segunda encarnação do orçamento, vou-me limitar ao que muda em relação à primeira.

Electricidade
O valor diminuiu face ao primeiro orçamento, de 36.000 € para 21.500 €. Não se sabe porquê. Aliás, a Toteser volta a não explicar a maioria das rubricas. E teria sido simpático. Excusávamos de voltar a perguntar.
Como não sabemos porque baixou o valor, esperamos que tenha sido porque a anterior estimativa estava errada. Mas também pode ser pura e simplesmente porque a Toteser teve que compensar a subida no valor de outras rubricas com um decréscimo nesta, para evitar aumentar o custo global. E agora, em que ficamos? A ver.

Limpeza
Também houve uma diminuição. Mas aqui sabemos porquê. A Toteser passou da ActiveCleaning para a ImoLimpezas, da qual inclui o orçamento. Uma alteração que é, também, uma vitória da perseverança do Sr João Filipe Rosa, o qual não se tem poupado em intervenções nos blogues e fóruns do condomínio.

Mas ficámos melhor com esta proposta?

Comecemos pelas limpezas comuns.
Cinco funcionárias, entre as 09:00h e as 17:00h, nos dias úteis, dá 02:20h / dia / bloco.
São mais 00:20h / dia / bloco face ao orçamento anterior. Melhorou.
Mas mantêm-se as mesmas questões então colocadas. Destes valores há que retirar a componente não produtiva, entre cerca de 15% a 20%, o que nos deixaria com 01:50h / dia / bloco, ou seja, 09:20h / semana / bloco. Parece-me bem.

Supondo que estas funcionárias são remuneradas a 8 € / hora, o que deve estar acima do real mas não está longe do que se paga por hora a uma empregada de limpeza ‘freelancer’, teremos um custo anual global de 59.136 €.
Ora o custo total, incluindo limpeza de garagens, é de 51.553 € pelo que se considera a proposta interessante.

Claro que nada sabemos da qualidade do serviço mas, nesse aspecto, as empresas estão todas em pé de igualdade… ou não? Agradecem-se comentários.

Manutenção de Sistemas
Nova incógnita. Como para a electricidade, o valor diminuiu face ao primeiro orçamento, de 22.626 € para 8.252 €. Mas também não se sabe porquê.
E agora? Correcção de estimativa ou lei das compensações para evitar aumentar o custo global? Era desnecessário.

Segurança
Ao contrário do que possa eventualmente parecer, este não é o meu tópico favorito.
Mas insiste em aparecer.
Eu explico porquê: 114.712 € - cerca de 23.000 contos. No anterior orçamento eram 82.546 €. E a custos de 2006, eram 59.459 €.

Mas a discussão destes valores pode estar condenada. É que o mais recente orçamento apresenta alguma dificuldade de interpretação, o que torna difícil conferir o valor indicado pela Toteser.

A própria empresa de segurança, ImoProtecção (cá temos outra vez o Sr João Filipe Rosa) parece ter-se enganado na apresentação das opções (2) e os valores não batem com o apresentado pela Toteser… a menos que se somem os valores das 2 opções. Mas nesse caso não são propriamente opções, não é? Serão sim, complementos.
Está mal feito, ok.

Assim, com a prudência que as circunstâncias recomendam, vamos supor que os 114.712 € estão correctos e que, de uma forma geral, teremos sempre 2 pessoas no condomínio, com uma na portaria e outra nas rondas e ainda uma viatura (sabe-se lá para quê).

Como já ficou dito, este tópico não é o meu preferido. Tenho muitas dúvidas de que precisemos de segurança, ou que esta seja um valor acrescentado.
Mas a minha simpatia ainda diminui mais com a dimensão do valor previsto.
114.712 € (não me canso de o repetir) representa 45% do orçamento da Toteser e cerca de metade da minha quota de condomínio, que é de 90 €.

Assim sendo, ou as vantagens de ter este serviço se tornam óbvias (isso, iluminem-me) ou voto contra o orçamento.

Para além do mais, há outras soluções, como a já referida vigilância vídeo, que garante a cobertura do empreendimento sem recurso a rondas e que permite registar o que se passa para mais tarde recordar. Também não gosto, mas desgosto bem menos. Sobretudo se os custos de instalação de 15.000 € a 20.000 € não forem uma miragem.

Siga a discussão.

(próximo post – Outros assuntos)